Fabrício Queiroz foi preso em Atibaia, interior de São Paulo, em uma casa pertencente a Frederick Wassef, advogado de Flávio Bolsonaro. O repórter Maurício Ferraz esteve na cidade e investigou a rotina de Queiroz.
Moradores falam de festas animadas na casa. “Ano Novo teve festa mesmo. Barulhenta, madrugada, foguetório”, diz morador que preferiu não se identificar.
Não que Fabrício Queiroz estivesse foragido da Justiça, mas era assim que ele vivia atualmente: escondido, segundo a polícia. Portão alto, câmera de segurança, um carro na garagem e um casal de funcionários à disposição. Tudo muito confortável, e uma movimentação que não chamava a atenção.
O ex-assessor de Flávio Bolsonaro circulava pela região. Em um hospital de Atibaia, passou por pelo menos duas consultas e fez exames. O Fantástico teve acesso ao resultado de um deles, que mostra que Queiroz estava em Atibaia em 17 de janeiro.
O laudo apontou uma obstrução infravesical, um aumento da próstata, que atrapalhava a passagem da urina. Três meses depois, ele continuava na região. A cirurgia foi na Santa Casa de Bragança Paulista, cidade vizinha. Em um áudio a que tivemos acesso, Queiroz tenta marcar um retorno com o médico.
A casa foi monitorada por pelo menos 10 dias. No começo os investigadores acreditavam que não havia ninguém. Os portões estavam sempre trancados e o silêncio era total. A única pista era quando anoitecia: as luzes acendiam e apagavam. Em uma das vezes, os agentes viram um vulto. Mas certeza mesmo que era Queiroz eles não tinham. A resposta só veio depois que a polícia entrou.
