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Advogada diz que mulher de Queiroz passava temporadas na casa de Atibaia

Jornal Nacional entrevistou Ana Flávia Rigamonti, que conta que chegou a ficar amiga de Queiroz e até a emprestar o carro para ele.

Publicado em 25/06/2020 às 02:51

(Foto: O GLOBO)

O Jornal Nacional entrevistou uma advogada que conviveu com Fabrício Queiroz na casa em que ele foi preso na quinta-feira (18) em Atibaia, no interior de São Paulo.

Queiroz é suspeito de operar um esquema de "rachadinha" no gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos -RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na época em que ele era deputado estatual no Rio de Janeiro.


Ana Flávia Rigamonti diz que começou a trabalhar na casa registrada como escritório do ex-advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef, em Atibaia, em maio de 2019. Ela contou ao Jornal Nacional que a mulher de Queiroz, Márcia de Oliveira Aguiar, que está foragida, passava temporadas na casa. Contou, ainda, que chegou a emprestar o carro para Queiroz. A polícia fez uma operação na terça-feira (23) para tentar encontrar Márcia na casa de parentes de Queiroz, em Belo Horizonte, mas não obteve sucesso.

"Para onde ele ia, a viagem ao certo, eu não ficava perguntando... Mas acho que emprestei meu carro umas três, quatro vezes, pelo menos."

A advogada disse que não lembra quando Queiroz chegou em Atibaia, mas que, enquanto os dois estiveram na casa, conviveram e chegaram a ficar amigos.


Segundo ela, Queiroz passou a viver na casa depois que ela já estava trabalhando no local. "Eu não lembro direito o mês, mas foi depois disso, depois de maio", disse. Sobre Queiroz, ela disse que "nunca trabalhou" para ele e que" não tem nada a ver com o caso". "Acabei conhecendo o Queiroz ali e a gente, querendo ou não, criou um vínculo de amizade, assim, né, porque, tinha momentos em que eu estava na casa e outros em que eu não estava. Então, acabei conhecendo ele e a esposa dele."

Ana afirma que Márcia passava temporadas na casa de Atibaia. "Ela ficava um pouco, e vinha e voltava." Ao ser perguntada se ela chegava a ficar um mês com Queiroz no local, a advogada respondeu que sim.


Ela conta que nunca recebeu qualquer orientação para vigiar Queiroz enquanto ele esteve na casa de Wassef. "Eu não recebi (...) nenhuma orientação a respeito de... Como se eu estivesse trabalhando, como se eu fosse uma vigia dele. Essa não era minha função ali, não."

O pedido de prisão de Queiroz faz referência a uma pessoa chamada Ana. Os promotores não esclarecem se é a advogada Ana Flávia Rigamonti.
Em uma mensagem interceptada pelos investigadores, a mulher de Queiroz pede que a filha avise Ana que ela e o marido estavam a caminho de São Paulo. Neste mesmo dia, a filha de Márcia enviou à mãe a resposta de Ana: "Pode ficar tranquila que não falo nada, não".

Já em outro diálogo registrado em novembro de 2019, o filho de Queiroz mandou para Márcia uma mensagem de áudio encaminhada por Ana, em que ela afirma que não teria comentado com o "Anjo" sobre uma viagem de Queiroz e de Márcia, pedindo que "se ele questionar alguma coisa, vocês falam que foi agora".


Segundo as investigações, "Anjo" era como Queiroz e os parentes se referiam a Frederick Wassef. Ana Flávia diz que não sabe quem é o "Anjo". Ao ser perguntada pela reportagem se tinha o hábito de chamar o advogado de anjo, ela disse que não, que sempre o chamou de Doutor Fred. Já ao ser questionada se entre ela, o Queiroz e a Esposa, se teve alguma vez que se referir a Wassef como anjo, ela não respondeu. "Bom, essa pergunta eu prefiro não responder."

A advogada disse ainda que não sabia responder se Frederick Wassef visitava Queiroz em Atibaia, e que ela nunca esteve com o senador Flávio Bolsonaro, de quem Wassef era advogado até a semana passada. Ana Flávia Rigamonti disse que deixou o escritório de advocacia em dezembro de 2019 por motivos pessoais.


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