Cerca de 35 mil pessoas são afetadas pelo racionamento de água em Atibaia, segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). O controle no abastecimento, que iniciaria nesta quarta (7), foi antecipado emergencialmente para terça após queda acima do esperado no Córrego Onofre.
Por causa da falta de água, a Prefeitura de Atibaia anunciou estado de calamidade pública.
"Precisamos que as pessoas entendam que é racionamento. É comum que, com um anúncio como esse, elas estoquem. Mas isso não pode acontecer, pois vamos ter o efeito contrário no sistema do que precisamos hoje", afirma Santiago, superintendente do Saae.
Os bairros afetados são Jardim Imperial, Jardim Cerejeiras, Nova Atibaia, Caetetuba, Alvinópolis II e imediações.
Racionamento
O Saae havia anunciado o plano de contingenciamento, com interrupção no abastecimento, no último domingo. Atibaia é abastecida por dois sistemas principais: o córrego do Onofre, que abastece a região de Caetetuba, Cerejeiras, Imperial e imediações, e o Rio Atibaia, responsável por abastecer o restante do município.
De acordo com o órgão, o plano foi acionado depois de uma queda no volume de água acentuada. O córrego do Onofre é responsável pelo abastecimento de 25% da cidade, incluindo residências e produtores rurais. Ele não está ligado a outros sistemas e depende, exclusivamente, do clima para voltar aos níveis normais.
O plano estava previsto para começar nesta quarta-feira (7) com interrupções noturnas no abastecimento, das 21h às 6h, em dias alternados: às quartas, sextas e domingos. Apesar disso, com a baixa acima do esperado nesta terça-feira (6), o racionamento foi antecipado.
Volume abaixo
O Saae retira do Córrego do Onofre 120 litros por segundo para o abastecimento e teve de desligar uma das bombas de captação, reduzindo a capacidade para 80 litros por segundo.
"Nós não vivemos isso nem na crise hídrica de 2014. É algo completamente atípico. Estamos em uma estação seca do ano e a previsão de chuva é para o segundo semestre de outubro, precisamos que as pessoas façam o uso racional", comentou Fabiane.
O órgão também vai reforçar a fiscalização na rede. Uma das suspeitas é de que sistemas dependentes do rio estejam tirando limite além do permitido. O rio fornece água para o sistema de captação do SAAE, condomínios e produtores locais. Cada um tem uma outorga que autoriza um limite de água, prevendo a manutenção dos volumes do rio.
"Estamos em uma estação seca, mas já passamos por temporadas assim sem observar uma crise como essa. A gente pediu que seja reforçada a fiscalização para entender se há ação humana, com uso além do permitido da água", comentou Fabiane.
A previsão é de que o plano de racionamento se estenda até 18 de outubro, quando vai ser feita uma reavaliação.
De acordo com o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) a chegada da chuva regular na estação acontece na segunda quinzena de outubro. Apesar disso, a presença de um anticiclone sobre o continente tem feito o tempo permanecer mais seco que o comum e pode atrasar a chegada da chuva. A previsão atual é de que isso ocorra no começo de novembro.