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Ex-Juíza de Atibaia cria ONG para ajudar famílias a morarem juntas novamente!

“Apresentar a casa pronta para a família foi emocionante”, conta Beth.

Publicado em 06/10/2019 às 23:15
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(Foto: Imagem da Internet)

No trabalho, a juíza paulistana Elizabeth Ashikawa, 48, está acostumada a ter sempre a decisão final. Em 2018, entretanto, ela se despiu da autoridade que a profissão impõe para, carriola de cimento em mãos, ajudar a reconstruir casas de famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social.

A ação foi a primeira do projeto Re.juntar, criado pela juíza para atender famílias que precisam de um lar em boas condições para receber de volta a guarda de menores. Nesse processo, porém, ela enfrentou uma série de dificuldades, até encontrar um modelo melhor de atuação.

Como tudo começou

A iniciativa do Re.juntar surgiu depois de Elizabeth se emocionar com um vídeo da ONG Reparação, de Bragança Paulista (SP), que viralizou na internet. Nele, advogados, engenheiros, ferramenteiros e estudantes, entre outros profissionais, se reúnem para reformar o lar de uma família. Beth (como todos a conhecem) decidiu que também iria participar daquele mutirão de solidariedade. O desejo, porém, deu espaço a uma frustração: “Havia tanta gente querendo colaborar, que eu teria que entrar numa fila de espera imensa. Fiquei intrigada, pois sabia que não faltavam pessoas necessitadas”.

E após iniciar seu próprio grupo, o passo seguinte foi a escolha da primeira família beneficiada. “Há uma gama de crianças e adolescentes que vivem em abrigos e não voltam para casa por falta de infraestrutura doméstica. Junto ao juizado, buscamos esses casos, avaliamos o vínculo afetivo, a documentação do local e fizemos nossa escolha”, conta ela, que foi juíza da Vara da Infância e da Juventude em Atibaia e hoje está à frente da Vara da Família do Ipiranga, na capital.

A reforma foi marcada para dali a dois meses.

Corrida contra o tempo

“Dois meses foram muito pouco. E essa foi só a primeira das muitas falhas que se seguiram: eu acabei ficando responsável pelas compras, setor que não dominava; tivemos dificuldades para gerenciar a obra e organizar os voluntários; erramos o cálculo dos materiais”, enumera.

Momento da entrega

Todo o estresse da estreia, porém, foi recompensado pela emoção da entrega. “Apresentar a casa pronta para a família foi emocionante”, conta Beth.

Gisele Cassia da Silva é ex-usuária de drogas e havia perdido a guarda das três filhas. Kauana, 14, Laisla, 11, e Maísa, 7, voltaram para casa no dia da entrega da reforma, aumentando ainda mais a comoção.

Segunda chance

Ao fazer o balanço da primeira experiência, Beth pensou em desistir. Mas o grupo a convenceu de que os erros poderiam ser corrigidos e que valia a pena continuar.

O segundo mutirão aconteceu em agosto passado, na casa da pequena Kimberly, de dois anos. A avó da menina, Marleide de Oliveira Souza, 59, esperou pelo apoio do Re.Juntar para ter a menina de volta em casa.

“Nunca passou pela minha cabeça que, em um ano, nossa equipe fixa fosse crescer de oito para 35 pessoas – mais os voluntários que participam da obra. Claro que não é fácil. É muita gente para coordenar, mas temos encontrado o nosso jeito de ajudar essas famílias. E, no final, quem mais ganha com tudo isso somos nós”, comemora Beth.

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